
Os altos e baixos da nobre profissão de actor, através de uma quinzena de cenas breves que destacam com humor os defeitos daquela que também poderia ser considerada a profissão mais antiga do mundo.
1 – Ganhar a vida
2 – Um beijo de cinema
3 – Distribuição de papéis
4 – Direção de atores
5 – Cadáver esquisito
6 – Segredos de estrelas
7 – Morto de medo
8 – Os figurantes
9 – Vingança
10 – Saudação final
11 – Silêncio, gravamos!
12 – Uma cara de assassino
13 – Versão original
14 – Estás a falar comigo?
15 – Última claquete
Título original em francês: Brèves de coulisses
Tradução pelo próprio autor
Os 30 personagens desses 15 esquetes podem ser interpretados por 2 a 30 atores, de qualquer sexo
Obra escrita em Abril de 2025
Tradução para espanhol : Entre Bastidores(tradução de Jean-Pierre Martinez)
Tradução para inglês : Backstage Bits (tradução de Jean-Pierre Martinez)
Resumen
Nesta coletânea de quinze cenas curtas, Jean-Pierre Martinez leva-nos aos bastidores do mundo do espetáculo com um humor mordaz, terno e lúcido. Atores sem trabalho, agentes sobrecarregados, realizadores ausentes, figurantes desiludidos, plateias apáticas e até inteligências artificiais futuras… Cada personagem encarna, à sua maneira, as contradições, esperanças e absurdos da profissão de ator.
Entre ensaios falhados, castings caricatos, filmagens intermináveis e falsos aplausos, cada sketch ilumina uma faceta esquecida da vida nos bastidores. O teatro surge aqui como refúgio… e como espelho aumentado da nossa sociedade.
Análise temática e dramatúrgica
Uma homenagem irónica às profissões do espetáculo
Através destes sketches, Martinez presta homenagem ao teatro e ao cinema com lucidez mordaz. O artista não é idealizado: vive entre dúvidas, frustrações e ridículo. Mas essa autoironia constante revela o profundo amor do autor por esta “nobre profissão”.
Uma sátira ao sistema cultural
Os diálogos apontam com humor os vícios do sistema cultural francês: subsídios obscuros, castings pouco transparentes, dificuldades em singrar sem cunhas… Uma crítica implícita ao favoritismo e à superficialidade de certos meios artísticos.
A arte como espelho da condição humana
O ator torna-se reflexo do ser humano comum: com as suas dúvidas, sede de reconhecimento, medo do fracasso ou do esquecimento. Algumas cenas, como Morte de medo ou Última cena, ganham um tom quase filosófico, abordando a morte, o tempo e o apagamento do artista.
Teatro dentro do teatro
A mise en abyme está por todo o lado: os atores representam-se a si próprios ou desempenham papéis dentro de papéis (You talkin’ to me?, Silêncio, estamos a filmar!, Cadáver esquisito…). A estrutura reforça a confusão entre ficção e realidade, intérprete e personagem.
Comédia de situação e de repetição
Martinez baseia-se em diálogos vivos, ritmo fluido e engrenagem cómica eficaz: situações absurdas, mal-entendidos, falsas improvisações… Um tom leve e mordaz, entre o teatro de revista e o humor contemporâneo, ao estilo de Raymond Devos ou Woody Allen.
Para representar… ou simplesmente refletir?
Cada cena é independente e pode ser representada ou lida. Este livro é também uma reflexão satírica sobre o teatro e os seus bastidores. Perfeito para oficinas teatrais, grupos amadores ou profissionais à procura de textos curtos com grande potencial cómico e crítico.